Author: Tatyane Diniz
•18:34
UM CERTO H.M
(Tatyane Diniz)

Na cor pálida de verão uma moça negra, de pele chocolate destacava-se com seus olhos amendoados. Em passos quase que remando ela saia para trabalhar . Trabalho esse meio insignificante , desumano. O seu chefe, chefe não, um homem mesquinha. Era tão rude e grosseiro que sua voz permanecia nítidas na cabeça da moça. Explorava a tanto ... ela trabalhava todos os dias da semana. Apesar de sua beleza física tinha problemas dentro de si mesma.

Nenhum ser humano aguentaria aquele trabalho sórdido , cruel. O que seu chefe queria era explorar aquele ser escuro, quase preto. Tirando-se a última gota de sangue que restava para provar que é igual aos outros também. A vida é que foi um tanto madrasta.

Vamos por partes. Em meio ao desencontro da esquina da vida de seu trabalho ela conhece H.M. Sim essas são as iniciais de seu nome e não disse mais nada, apenas H.M.

Deixando-se sonhar um pouco aquelas iniciais H.M de: homem misterioso, mágico, mentiroso, musculoso, marginal, malvado, maníaco e mascarado. Depois de todo esforço arrebatado era inútil, acabou voltando pra casa e fitou fixamente o cartão que havia recebido dele.

Mas o que o H.M era então? Como posso explicar ... Ele é... É melhor não falar, outro dia te conto!

Uma tarde vi a moça parada esperando sua clientela na rua do meio, falando só. E falando ao vento porque uma mosca insignificante como sua profissão lambia-lhe. Ah, que nojo! A reação dela ao ver aquela mosca asquerosa... sabia por quantas imundices ela havia passado. Mexeu rápido as mãos no intuito de espantar a mosca, mas ela insistia por um afago seu.

De repente ela lembra do dia anterior a esse em que o H.M fez ao se despedir dela. Ele beijou a no canto da boca. Que estranho, tantos lugares para acariciar aquele corpo moreno e a boca da moça era o preferido da mosca.

E de súbito abriu sua bolsa e lembrando do cartão ofertado pelo homem que no verso dele estava escrito:

"Quando uma mosca tocar os seus lábios, serei eu beijando você.

Seu eterno,

H.M".

Dedico esse conto a um amigo muito especial, o Júlio Enz, embora não nos conhecemos pessoalmente a sua energia está presente em minha alma. E que esse conto surgiu de uma brincadeira que ele fez... dái H.M tomou forma e se transformou nesse texto feito com muito carinho e que todos os homens tenham guardados lá no fundo um certo H.M de ser! É preciso está atento as tendências poéticas porque tudo que é visto como emoção ser torna realidade e saem palavras fantásticas de determinados assuntos. Não existe poesia apenas nas imagens belas, o feio, o grotesco e sujo inspiram-me também. Um beijo com carinho, Julinho que agora te batizo como amigo H.M.
(Tatyane Dinz)