Author: Tatyane Diniz
•23:37

Eu só!
Eu cá!
Em todo lugar.
Em mim sem ti.
Cada um no seu pedaço:
Inteiro
Metade
Seio
Meio.
Assim sem ter razão de ser
Meu poema
Seu poema
Sua rua
Sua alma
Tão nua
Tão presente
Tão ausente.
O meu ser
O seu ser
Que droga
Nem é meu
Nem seu.
Quanto mais me convenço
Vivo, reviro e sigo
Um monte de extremistas
Atiram pedras em mim.
Sua biografia pouco me importa.
O escrito já foi dito
O que falta é ser lido.
Biográfico,
Não!!!
É mais sério
Mais intenso.
Não é objetivo nem moral.
O homem busca se camuflar
Na aldeia do tempo
A parede pode ser branca
Porque alguém a pintou assim.
E daí?
Que essa droga de vida
Não precisa ser tragada!
Que essa porra de vida
Possa ser recriada!
Que merda! Que merda!
Se dane a biografia
A ingenuidade do escritor
Em querer ser famoso.
Que os outros sejam testemunhas
De sua vida, pra quê?
A literatura vai além disso.
Saiamos dessa ingenuidade agora.

Tatyane Diniz viana 02/04/2011
Author: Tatyane Diniz
•23:17

Ao pintar cores de cinza
Uma poesia quase explodiu.
A palavra tão pequena,
Tão minúscula
que mal cabia na minha mão.
A tarde chegou em
Uma sala fria, sonâmbula.
Que quase o infante descobriu
A criança que dorme em hera
Era minha eterna primavera.
Triste dia que deixei
Em casa a minha cartela de cores
Espalhadas no chão da
Minha atmosfera morna.
Partículas se dissolvem em mim.
As cores são neutras.
Comi o pastel logo pela tarde.
E não sobrou nem um tom
De queijo aguado
Para pincelar minha cor de boca.
A poesia que fiz hoje
Não tem cor alguma.

Tatyane Diniz Viana 17/03/2011